A mudança para a hora de inverno a 30 de Outubro, quando os ponteiros do relógio atrasam no continente das duas horas para a uma da manhã “não é dramática e pode até ser agradável”, diz a neurologista e especialista do sono.
“Dorme-se mais uma hora. A própria National Sleep Foundation americana aconselha a aproveitar a mudança de hora para melhorar hábitos de sono”, acrescenta.
Do lado menos agradável, “há a necessidade de ajustar o relógio biológico em uma hora. É como vir de Paris para Lisboa, exige sempre um ajustamento, cuja facilidade é variável de pessoa para pessoa mas que leva mais ou menos um dia.”
E em relação à hora de verão?
“A mudança para a hora de verão é o contrário, assemelha-se a ir de Lisboa para Paris, é um pouco pior, traduzindo uma privação de sono de uma hora”, diz Teresa Paiva.
“Há resultados, ainda que contraditórios, em relação à maior prevalência de acidentes de viação nos dias seguintes à mudança da hora de Verão. Também de enfartes de miocárdio”, acrescenta.
“Aumenta também o cyberloafing, o ‘vadiar’ pela internet, provavelmente em consequência da privação de sono”, conclui Teresa Paiva.
A mudança da hora deve-se a uma directiva da União Europeia que determina que os países membros devem entrar na hora de inverno no último domingo de Outubro e adoptar a hora de verão no último domingo de Março, independentemente do fuso horário em que se encontrem, e teve como objectivo inicial a poupança de energia.